O programa eleitoral do PSD chegou aos jornais primeiro do que aos "portugueses" (lá se vai um dos mandamentos, mas prontES, a política faz-se destas coisas). Não sei, nem me interessa verdadeiramente, se as notícias foram negociadas para serem publicadas hoje ou se foram apenas entregues ontem aos jornalistas, nem se os jornalistas escreveram com base no programa completo (creio que não) ou apenas em dicas dadas pelo gabinete de imprensa do PSD. Para nos aproximarmos da Verdade, pensemos nessas mesmas dicas: o Correio da Manhã tem acesso a questões da Segurança, o Diário Económico à diminuição do peso do Estado (uma revelação em Manuela Ferreira Leite), o Público ao funcionamento da Justiça e o i as Obras Públicas; o DN, o JN e o Negócios não levaram nada, se bem me apercebi.
Para o PSD ficar verdadeiramente situacionista, só lhe faltava criticar a imprensa na apresentação do programa de logo ao final da tarde. Isso seria a cereja em cima do bolo.
"A maior dificuldade das sociedades políticas e o problema crucial das Constituições é porém a ordenação e funcionamento dos orgãos da Soberania.
Que as nações tenham governo eficiente e estável é a sua maior necessidade e o seu mais inequivoco direito. Ora, seja qual for o sistema de responsabilidades encontrado para o exerccio da governação pública, uma coisa é essencial aos governos - a autoridade, no sentido de possiblidade constitucional e efectiva de governar. E não pode crer-se que se chegou a boa solução quando os diferentes poderes funcionam de tal sorte que os governos ou não existem ou não governam: defendem-se. Se os grupos partidários a cada momento se consideram candidatos ao Poder com fundamento na porção de soberania do povo que dizem representar, a maior actividade - e vê-se até que o maior interesse público - não se concentra nos problemas da Nação e na descoberta das melhores soluções, mas só na luta politica.
Por mais propenso que se esteja a dar a esta algum valor como fonte de agitação de ideias e até de preparação de homens de governo, tem de pensar-se que onde ela atinge acuidade, o azedume, a permanência que temos visto, todo o trabalho útil para a Nação lhe é ingloriamente sacrificado. Tem de distinguir-se, pois, luta política e governação activação: os dois termos raro correrão a par.
Estas questões são a bem dizer questões de sempre, mas nunca como hoje se lhes deu solução menos satisfatória ou mais desproporcionada às necessidades dos tempos. As grandes massas emergem para a consciência política: grandes Estados concorrem à hegemonia do Mundo; as nações arrasadas pela guerra começam a tirar do pouco pão que têm para a boca com que fazer munições para armas; há tendência para absorver no Estado a direcção de todos os interesses, dos económicos aos espirituais e morais; a liberadde individual afunda-se nessa hipertrofiada função; a defesa do que possa ainda salvar-se dos direitos e dignidades da pessoa humana só pode encontrar-se num Estado em que o Governo seja forte e livre, ele mesmo, dos arranjos partidários, dos movimentos anárquicos da opinião, dos conluios dos interesses particulares. A necessidade incontestável que tem hoje de intervir na vida económica e de trabalhar para o equilibrio social mais lhe impõem isenção e autoridade, sem as quais não pode ser guia, propulsor e árbitro. Este o grande, o máximo, o angustioso problema.
António Oliveira Salazar."
O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda estão claramente a trabalhar em conjunto para os actos eleitorais. Enquanto o PS tenta ir buscar eleitorado ao BE, Louçã espanta o eleitorado para o PS. Felizmente a base do Bloco - a malta do reggae - mantém-se fiel à meta-narrativa de Louçã.
"I study nuclear science
I love my classes
I got a crazy teacher, he wears dark glasses
Things are going great, and they're only getting better
I'm doing all right, getting good grades
The future's so bright, I gotta wear shades,
I gotta wear shades
I've got a job waiting for my graduation
Fifty thou a year -- buys a lot of beer
Things are going great, and they're only getting better
I'm doing all right, getting good grades
The future's so bright, I gotta wear shades
I gotta wear shades
Well I'm heavenly blessed and worldly wise
I'm a peeping-tom techie with x-ray eyes
Things are going great, and they're only getting better
I'm doing all right, getting good grades
The future's so bright, I gotta wear shades
I gotta wear shades"
O mundo tem gente a mais. Sei isto porque vejo o stress em que os nossos partidos andam para enfiar gente nas listas para deputados. Então aqui no centro do poder é incrível. Respira-se ansiedade nas ruas, ou se calhar sou eu que ando muito pelo Intendente.
De qualquer forma, não há lugares para todos. Mas é preciso preencher quotas, tanto as oficiais como as oficiosas. Isto faz-me recordar as listas do liceu para a associação de estudantes. Os spin doctors reuniam-se e decidiam quem iria fazer parte das listas. "Escolhe este que é bom aluno e toda a gente lhe pede apontamentos, aquela que é toda social, aquele que é rico, o outro que é rufia e mais aquele que é paneleiro, o que para além de estar na moda chama as gajas que gostam dessas merdas modernaças". E assim se faziam as listas. Ninguém tnha verdadeiro interesse em que aquilo resultasse a médio/longo prazo. Agora que sou grande, reparo que não é muito diferente e isso faz-me ficar muito mais descansado, pois houve alturas da minha vida em que temi não me adaptar ao crescimento.
“Anyone who is capable of getting themselves made President should on no account be allowed to do the job.”
Douglas Adams
Não sou eu que digo, é a Ciência.
Voters’ dissatisfaction, abstention and entropy: analysis in
Abstract. This paper intends to explore the utilization of entropy through politics and
election results, an area just slightly explored. It generalizes the interpretation of
entropy, considering it a measure of dissatisfaction and disillusion of populations in
relation to politics. Some phenomena like the increase of abstention in a country,
consequence of the dissatisfaction of population and of their alienation in relation to
politics could be detected and analysed. This discontentment could result, for example,
in the appearance of new political parties, with more division of votes and increasing
entropy (result of the discontentment and uncertainty by electors). Absolute majorities,
while imply less dispersion of votes, are synonym of more confidence in a given party,